Canalização - Arte incompreendida

O Marginália hoje esteve fechado. A razão para tal tragédia podia ser uma longa dissertação que, inevitavelmente, desaguaria na teoria generalizada da relatividade do primo marginálio Einstein. Mas resumindo, tivemos uma infiltração de água com um leve cheiro a primavera, ou seja, água mal cheirosa. Até poderiamos perder a cabeça e, erguendo os braços ao céu, perguntar: será que cheira a merda? Ou então poderiamos pensar numa teoria da conspiração levada a cabo por seres mutantes disfarçados de trabalhadores da construção civil que alugaram quartos da pensão em cima para nos poderem cagar em cima. Mas não vamos perder a cabeça. Daqui a umas horas vamos dar incicio a uma operação delicada que consiste basicamente no seguinte:
1- Conseguir acordar às 8:30
2- Conseguir acordar às 8:45
3- Conseguir acordar às 9:00
4- Atender o telemóvel ao canalizador que está à minha espera e, respeitosamente, pedir desculpas.
5- Arrastar-me para fora de casa sem me esqueçer de nada (vestir-me por exemplo)
6- Voltar a casa por me ter esquecido das chaves do estabelecimento
7- Vamos directos ao assunto
8- Abrir o bar, partir uma parede, tentar encontrar o cano causador de tamanha desgraça, anular a sua função (ou seja nunca mais ser cano na vida), reconstruir a parede, pintar a parede, beber uma super bock e desmaiar.
Isto tudo a tempo de abrir o bar.
Moral: Todos nós temos algo de canalizador, mas só nos lembramos de um a sério quando cheira a merda.